Foto: David Cyr
Ryan Marshall para o site da Berklee College em 13 de novembro de 2012. Fotos inseridas, confira!
Walk off the earth é um exemplo perfeito de como fazer sucesso na era digital: tornando-se viral. A banda indie canadense a alguns anos grava e compartilha vídeos com músicas de sua autoria e também covers de músicas conhecidas com um toque pessoal de originalidade e um reconhecimento considerável.
No entanto, no início do ano, a banda fez uma versão do hit “Somebody That I Used To Know” com os 5 membros em apenas um violão. O vídeo se tornou viral, batendo mais de 30 milhões de views e conseguindo um contrato com a Columbia Records e ainda mais reconhecimento.
Recentemente, a banda tocou no Paradise Rock Club – um espetáculo onde a bateria estava coberta de glitter e muita energia e entusiasmo – e tive a oportunidade de conversar com um dos fundadores, Ryan Marshall, sobre seu sucesso e turnê recente.
Berklee Groove: Como a turnê está fluindo?
Marshall: Fizemos nosso primeiro show ontem à noite. É a nossa segunda vez em Paradise e nós estamos animadíssimos. O público foi ótimo na última vez, esperamos que seja o mesmo!
BG: Quando vocês estavam em processo de formação, procuraram por multi-instrumentistas?
RM: Eu e Gianni estamos nessa a mais ou menos, 8 anos. As pessoas acabaram se encaixando, nós não procuramos. Gianni produziu o album solo da Sarah e ela estava no estúdio enquanto trabalhávamos em uma música e começou a cantar no tom. E, sei lá, Taylor e Joel meio que caíram de paraquedas. A gente nunca procurou por ninguém.
BG: Foram você e o Gianni que decidiram fazer tudo de maneira independente, sem gravadoras?
RM: Quando você tá numa banda, pensa “bom, é melhor encontrar uma gravadora, caso contrário, nunca vou poder fazer nada”. Nós tentamos – isso foi o que incentivou essa atitude. Ninguém se interessou, então eu e Gianni pensamos “dane-se, ninguém quer ajudar, então vamos fazer do nosso jeito”. Foi quando a ideia do Youtube surgiu. Pensamos “podemos começar uma turnê no Canadá e fazer shows pra 50 ou 100 pessoas ou fazer um vídeo que alcance 500 mil pessoas”. O segundo jeito soou melhor.
BG: Quando começaram a produzir os vídeos, foi difícil incluir covers no repertório, junto com as originais?
RM: Eu e Gianni temos uma variedade imensa de influências. Sou um grande fan de Bob Dylan e de coisas dos anos 60 e 70… Led Zeppelin, esse tipo de coisa. Até dos 90, tipo Sublime. Se você for analisar, a maioria dos hits dessas bandas eram covers. Nos anos 50, Elvis tocava músicas de um monte de gente e não importava de quem era. Isso era normal e eu não sei quando mudou. Se existe uma música boa e você quer cantá-la, então cante. Sempre foi assim.
(Abaixo, Marshall fazendo cover de uma música do Dylan)
BG: Quando você começou a tocar e a compor?
RM: Tenho tocado desde muito novo. Comecei com instrumentos de sopro na sétima série e participei de orquestras e de uma banda de Jazz. Nunca havia tocado violão até ir pra Universidade e comecei a compor na mesma época então isso não tem muito tempo.
Pequeno Marshall fazendo barulho. Foto: Arquivo Pessoal/Twitter
BG: Aprendeu sozinho ou teve aulas?
RM: Aprendi a tocar violão pela internet. Como disse, Bob Dylan é um dos meus favoritos, então comecei a tocar gaita também. No início não soa bem, mas depois você acaba pegando o jeito.
BG: Como é o processo de composição da banda?
RM: A primeira vez que compomos com a Sarah foi em janeiro desse ano (2012). Antes disso, eu e Gianni trabalhamos bem juntos e acaba fluindo. Eu trago um gancho e floresce. Quando a Sarah entrou, ficamos preocupados, “como isso isso vai funcionar?”. Começamos a escrever e foi incrível. Temos um EP a caminho e estamos ansiosos com as 4 faixas, e depois o album na íntegra será lançado (o REVO, já lançado).
BG: Quando fizeram o cover de Somebody That I Used to Know, esperavam essa repercussão imediata?
RM: Fizemos como qualquer outro cover. Sabíamos que era especial, porque a música é muito boa. Na época, a música não estava no top da América do Norte, mas já era número um na Austrália e na Alemanha. Acompanhamos as músicas que tocam nos outros países. Gianni sempre teve essa ideia louca de várias pessoas em um violão – nós sempre fizemos isso nos shows, mas éramos apenas nós dois. Foi um timming perfeito dessa ideia do violão com a música se preparando pra explodir.
Duas pessoas e uma guitarra. Foto: Curtis Sindrey/Aesthetic Magazine Toronto
BG: Você prefere compor e gravar ou estar em turnê?
RM: Amo escrever. Mas ao mesmo tempo, quando você está no processo de gravação e composição, não sabe se alguém ouve aquilo. E aí você vai pro show e toca a música e presencia as pessoas cantando junto contigo – é muito bom.
BG: Vocês vão lançar o EP em breve. Existem planos para depois disso?
RM: O EP vai sair no dia 19 de fevereiro e em dezembro e janeiro vamos focar no Youtube. Queremos subir um monte de vídeos. E aí vamos para a Europa e voltaremos para os Estados Unidos depois que o album for lançado na íntegra.
Fonte: http://www.berkleegroove.com/2012/11/13/walk-off-the-earth-interview-with-ryan-marshall/
Walk off the Earth BR 